A REATIVIDADE DE SAGÊ?IS (CALLITHRIX PENICILLATA) NA HABITUAÇÃO AO OBSERVADOR EM UMA ÁREA DE CERRADÃO

Autores

  • Vanner Boere Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Biologia, Universidade de Brasí­lia. Autor para correspondência: V. Boere, CFS/IB/UnB, Brasí­lia, DF, CEP 70910-900.
  • Gustavo Rodrigues Canale Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Biologia, Universidade de Brasí­lia. Autor para correspondência: V. Boere, CFS/IB/UnB, Brasí­lia, DF, CEP 70910-900.
  • Mônica Franco Negrão Departamento de Ciências Fisiológicas, Instituto de Biologia, Universidade de Brasí­lia. Autor para correspondência: V. Boere, CFS/IB/UnB, Brasí­lia, DF, CEP 70910-900.

Resumo

A observação de pequenos antropóides apresenta uma série de dificuldades. O processo de habituação, que precede estudos de ecologia comportamental em primatas, é dificultado devido   reatividade dos animais frente ao observador. Muitas vezes, as condições de observação são tão difí­ceis que os pesquisadores acabam desistindo de pesquisas, em determinada área, em função das caracterí­sticas esquivas dos animais a serem estudados. Em razão disso, não há relatos consistentes na literatura, o que seria útil para divulgar as caracterí­sticas de esquiva de alguns grupos. Iniciou-se o estudo com o processo de habituação de dois grupos de sagí¼is ( Callithrix penicillata) em uma área de cerradão de 45 ha, cercada por cerrado sensu stricto e por áreas de atividade humana, localizada no Jardim Botânico de Brasí­lia. Um dos grupos desapareceu após um incêndio na área. Pelo método de animal focal, observou-se no grupo sobrevivente uma elevada porcentagem de fugas e ocultação na presença do observador. Ao contrário do relatado na literatura, o grupo observado passou a maior parte do tempo no estrato alto da vegetação. Conclui-se que o grupo não foi habituado, mesmo após 12 meses de tentativa de seguimento. Sugere-se que a fitofisionomia de cerradão e a escassez de recursos possam ter contribuí­do para tornar este grupo mais reativo.

Palavras-chave: Sagí¼is, Callitrix penicillata, Cerradão, Fauna, Mico-estrela, Jardim Botânico de Brasí­lia.

MARMOSETS REACTIVITY (CALLITHRIX PENICILLATA) THE HABITUATION PROCESS FRONT TO THE OBSERVER IN CERRADÃO AREA (SAVANNA) OF BOTANIC GARDEN OF BRASÍLIA

ABSTRACT - The natural observation of small anthropoids presents several difficulties. The habituation process, that precedes studies of the behavior ecology of primates, is difficult due to reactivity of the animals in front of the observer. The observation conditions are so difficult, that many times the researchers stop studies in an area or of a primate group due to the emotional and constant fight reaction. Unfortunately there are few reports about a abandonment of study place. This study focused on the process of habituation of two groups of marmosets (Callithrix penicillata) living in an area of 45 ha of cerradão, surrounded by cerrado sensu stricto and areas with intensive anthropic activity, located in the Botanic Garden of Brasilia. One of the groups disappeared after a fire in the area. Using the focal animal method, it was observed in the surviving group a high percentage of escapes and occultation when observer was near. In contrast to reports in the literature, most daily activity was observed in the high levels of the vegetation. We conclude that the group was not habituated even after 12 months. We suggest that the phytophysionomy of the cerradão and the scarcity of resources, may have contributed to the group being more reactive.

Key-Words : Marmosets, Callitrix penicillata, Cerradão, Savanna, Fauna, Botanic Garden of Brasí­lia.

Publicado

2018-12-10

Edição

Seção

Artigos